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Meditando no Enredo - #10 Haruhi Suzumiya no Yuutsu: Reféns da Melancolia!



Esse é um artigo que busca desenvolver melhor alguns assuntos propostos de forma mais tímida por alguns animes. Normalmente o artigo se desenvolve comparando fatos da realidade, com o assunto proposto no anime escolhido da semana, e justificando/explicando fatos comuns nos animes.

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Olá pessoal! Hoje vamos falar sobre Haruhi Suzumiya, e a prisão que ela sem querer impõem sobre seus "amigos". Vamos falar no geral sobre a obra Haruhi Suzumiya no Yuutsu, então se ainda não assistiu o anime/leu a Novel, eu sugiro que leia antes nossa indicação de animes sobre a obra, afinal nesse artigo aqui o que não falta é spoiler....

Então vamos lá! Vamos ao Mundo de Suzumiya Haruhi!

Introdução


O explosivo sucesso chamado Haruhi Suzumiya no yuutsu teve seu começo em 6 de julho de 2003, ano em que começou a ser publicado pela revista "The Sneaker", escrito por Tonigawa Nagaru, e tendo a arte feita por Itou Noizi, não demorou muito para que a light novel ganhasse o gosto do público Japonês, e não demorou nem mesmo um ano completo para ganhar um mangá na revista Shonen Ace ilustrado por Mizuno Makoto, mangá esse que devido a não seguir com perfeição o roteiro da novel e ter pouca revisão do autor original, não conseguiu atingir uma boa quantidade de vendas, isso somado ao fato de que o mangaká na época estava envolvido com um trabalho Hentai, fez com que a Shounen Ace decide pelo fim do mangá antes dele completar um ano de idade, e assim ele foi cancelado em dezembro de 2004, mesmo ano em que havia começado a ser lançado. Mas a novel ia muito bem, fazendo um absurdo sucesso, quebrando recordes, e já chegava a casa dos milhões de volumes vendidos, o que impulsionou uma segunda tentativa de mangá, esse também sendo lançado pela Shounen Ace tendo seu inicio no ano de 2005 e sendo lançado até o ano de 2013. É claro que após duas adaptações para mangá, e um sucesso absoluto de vendas em Novel, se aproximava cada vez mais a hora da obra ganhar uma animação, e assim foi no ano de 2006, Haruhi Suzumiya e seus companheiros enfim chegavam até a adaptação para anime, e certamente ninguém(ou quase ninguém) esperava que o sucesso invejável da Light Novel poderia ser ainda maior, mas foi o que aconteceu! Quando o anime estreou uma onda de fanatismo invadiu o Japão com tudo, e quase tudo que era ligado ao anime começou a ser vendido aos montes, tudo que se associava a obra parecia dar certo, tanto que eu poderia dizer que se um dia a Haruhi desejou se tornar uma personagem amada e popular, foi o que aconteceu! Fatos até mesmo bizarros começaram a seguir o anime, tais como a venda de um single da obra chamado "Hare Hare Yukai" atingindo o décimo oitavo lugar de vendas da Oricon, e logo na semana seguinte rompendo ainda esse recorde e conseguindo o quinto lugar em vendas! Não sendo o bastante, quando lançado para ser vendido na internet, bateu todos os recordes se tornando naquela semana o mais vendido do Japão. Outras músicas da obra repetiram feitos iguais encabeçando listas de vendas e superando a casa das milhares de cópias vendidas, tudo isso apenas por serem associados a obra, que nesse ponto já passava dos 90 mil dvds vendidos! O anime que teve apenas 14 episódios, seguiu fazendo sucesso mesmo após seu fim, mas é claro que ainda não era o fim dessa lenda, em 2009 a obra ganhou uma continuação assim como um "relançamento" em melhor qualidade dos primeiros 14 episódios, assim totalizando 28 episódios de anime; e pode parecer brincadeira de minha parte relatar, mas novamente foi todo o sucesso novamente, com vendas lá em cima, sucesso em venda de músicas e as rádios tocando o dia inteiro os singles da obra. No ano seguinte, 2010, o anime ainda ganhou um filme também muito bem recebido. E não se alongando mais nessa introdução, logo no ano passado (2015) ganhou um spin-off protagonizado pela personagem Yuki, com 16 episódios.


A popular história conta a história de Kyon e Haruhi Suzumiya, e seu encontro peculiar no colegial, quando a garota se apresenta a todos já deixando claro que não deseja nenhuma aproximação de pessoas normais, e o curioso Kyon se interessa pela garota e começa a tentar uma aproximação por mera curiosidade, e assim ele conhece a verdadeira e impulsiva Suzumiya, que logo assim que conhece o garoto decide que criará um clube em seu colégio para investigar a existência de tudo que é sobrenatural, e que Kyon será obrigado a se tornar membro do clube. Foi assim também que ela capturou outros personagens para seu clube. Itsuki Koizumi, Mikuru Asahina e Yuki Nagato, além de Kyon e a própria Suzumiya fazem parte do SOS Dan, um clube que é simplesmente inútil, e que acaba sendo apenas focado em divertir a impulsiva e inconsequente Suzumiya. O maior mistério de todo o enredo é revelado pela existência dos outros personagens do clube, que são exatamente o que buscava a garota: Um esper, uma alien e uma viajante do tempo, além de Kyon, o amado de Suzumiya. Como tantas pessoas peculiares podem se unir ao mesmo tempo? Simples, na verdade a garota Haruhi é um ser totalmente misterioso, que mesmo sem se dar conta pode mudar a realidade a sua vontade. Em todo o universo, a única pessoa que pode opinar e discordar da garota é Kyon, seu amado, então o clube é feito para deixar ela satisfeita em todos os seus dias, pois se ela acabar se deprimindo com a realidade, ela pode deixar de existir.

A popularidade descabida...



Apesar de não ser o tema do nosso artigo de hoje, sinto-me na necessidade de abordar sobre a popularidade da obra. O que podemos falar sobre uma obra tão popular? Será ela tão perfeita assim!?

Eu preciso ir além, e informar da existência do Haruhismo, uma suposta religião baseada nos passos de Haruhi Suzumiya, que acreditam os adeptos, deixou a promessa que virá a existir nesse mundo em um breve futuro, onde estará entre nós como uma deusa que deverá salvar a seus fieis. Os adeptos da religião tem até mesmo algum código de conduta, quando todos seguem o caminho da melancolia! Dizem que tais pessoas não se adequam bem a sociedade, e vivem destacadas por conta disso, adoram se vestir de forma bizarra por gostarem de chamar atenção, e são habilidosas em quase tudo devido a sua melancolia que os faz se desafiarem a todo tempo em qualquer que seja o objetivo, isso buscando aliviar suas melancolias. Além disso dizem que essas pessoas são cheias de ironias e impaciência...

Devo dizer que apesar de tais informações, e do fato de já "existirem" cerca de 400 mil seguidores dessa religião, eu não posso garantir a existência desse movimento, mas de fato me prendo no ditado popular "Onde há fumaça, há fogo" então, possivelmente mesmo que eliminando 90% dos exageros divulgados pela internet a fora, deve sim existir um movimento assim, já que muitos até defendem que a religião já existia antes do Light Novel...

Em todo caso, vamos lá ao ponto que quero defender nessa parte do artigo: Existe um motivo para tanta popularidade em cima de uma obra?

Serei breve em expor o óbvio para não ser cansativo: O anime reúne uma grande quantidade de "fetiches" Otakus. Yuki a Dandere loli que desperta tantos amores que ganhou até um anime próprio, Asahina a desajeitada garota de corpo exagerado e que vive dando gritinhos, e para quem curte algo diferente temos o Koizumi o Bishounen misterioso e galante; os personagens citados são vazios em suas biografias, as histórias pessoais desses personagens são lotadas de propostas nunca desenvolvidas! Mas Bom, com esse belo elenco já conseguimos alguns fãs, mas algumas obras vão MUITO além, e jogam todo tipo de fetiche em seus personagens e não podem nem ao menos ser comparados ao sucesso de Haruhi Suzumiya, então existe algo além. A popularidade da obra pode ser fruto de uma proposta muito boa, que muitos gostariam de ver sendo bem desenvolvidas, mas infelizmente acabam sendo decepcionados pela forma que acaba sendo explorado o enredo. O Clima de mistério, a possibilidade do impossível e improvável e até mesmo uma identificação do público com o protagonista bem sensato, podem ser alguns dos ingredientes do sucesso do anime, mas não me arrisco ir além dessa breve opinião, afinal esse não é nosso tema central.

Enfim, pessoalmente posso afirmar que detesto tudo que é clichê, mas ainda me sinto estranhamente atraído pela proposta da obra, apesar de ficar bastante decepcionado com o desenvolvimento, devo dizer que é uma obra insubstituível, que julgo fraca, mas ainda insubstituível.

A Prisão Excêntrica!



Se popularidade é uma das faces desse anime, a outra é a excentricidade, presente no principal motor do enredo, Haruhi Suzumiya, e também no enredo da obra. Se já soa estranho um anime sendo exibido em uma ordem diferente da cronológica apenas por questão publicitária, imagina o que mais poderia vir de uma obra que ama ser diferente, não é?

Existe quem ama Suzumiya, garota que dá nome a obra, mas devo dizer que do meu ponto de vista o único elemento que faz dela uma heroína amada é seu rostinho bonito que consegue atrair uma fatia considerável do público, fora isso a personalidade mesquinha, mandona, egocêntrica e quase psicopata dessa personagem só a faria ser uma vilã das mais odiadas; digo isso sabendo que ela tem tantos haters quanto adoradores. Mas para você que a ama, pense comigo, se ela fosse esteticamente feia, o que restaria dela? Sim, ela mantém seus amigos presos em um cárcere chamado realidade. E é de toda a excentricidade da personagem e do enredo que vamos falar agora!

Existe limite para o incomum, impraticável e o excêntrico, mas essa obra quebrou esse limite com apenas um golpe, quando foi capaz de exibir por oito semanas seguidas exatos 8 episódios idênticos, com apenas algumas meras mudanças feitas nos diálogos e ângulos de cena, fora isso todos os 8 episódios exatamente idênticos, esse é o chamado arco: Oito infinito; ou agosto sem fim. Um arco onde a amável Haruhi-chan prendeu seus amigos em uma falsa realidade repetida por cerca de 595 anos seguidos, e o resto do mundo acabou preso no mesmo ciclo apenas por consequência, isso tudo apenas por sua egoísta vontade de querer um pouco mais a presença deles. E o melhor de tudo isso: Ela nunca se dá conta dos erros que comete, e nunca sofre com tais absurdos!

Presos em uma falsa realidade que tomou o lugar da verdadeira, uma realidade sem futuro ou passado, onde um ciclo de duas semanas é repetido mais de 15 mil vezes, e para escapar é necessário que o protagonista tenha uma epifania, e mude o destino sem nem ao menos saber o que deveria mudar.

Se já podemos considerar um inferno repetir algumas ações de duas semanas por um período de 595 anos apenas para deixar mais satisfeita a senhora da realidade, e ainda mais desconfortável a sensação de deja-vu que persegue os protagonista insistentemente, ainda há quem tenha sido ainda mais prejudicado durante toda a bagunça temporal, essa é Yuki, a garota que observou calada o mesmo ciclo de acontecimentos serem refeitos por quase 16 mil vezes! Uma prisão infinita, onde quem estava destinado a libertar o mundo nem ao menos fazia ideia de que estava preso em um looping temporal que deformava a realidade ao desejo de uma garota teimosa.

Para introduzir o quão infernal é estar preso em uma falsa realidade perfeita, introduzo as palavras ditas no episódio três de servamp: "O mundo pode ter começado há cinco minutos atrás, e você não saberia. O que garante a realidade? Suas memórias? As que podem também ter sido criadas há cinco minutos?" Se acha infernal pensar que realidade pode ser criada e destruída a qualquer momento, e que seres tão simples como os humanos nem ao menos se dariam conta de tal fato, que nem mesmo memórias asseguram que existiu um passado, ou que estamos aqui há mais de cinco minutos, pense que o cenário absurdo da Light Novel de Haruhi Suzumiya pode sim ser real!

Existe uma pesquisa científica do cientista planetário Rich Terrile da NASA, que aborda a possibilidade de toda a realidade ser apenas uma simulação, uma simulação criada a partir da realidade de fato vivenciada pelo criador de tal simulação, e a pesquisa científica que conta com grandes nomes da ciência mundial aborda com seriedade essa teoria, e concluem o fato de que mesmo que estejamos agora mesmo em uma falsa realidade, nada seria capaz de nos fazer notar tal fato, a não ser talvez pela observação de possíveis "bugs" da simulação que vão de encontro com as leis já estabelecidas pela física existente. Se algo sai desse caminho tido como "real" pode significar que de fato estamos em uma simulação. Essa teoria bastante incomum e questionável, é baseada na “Teoria de campo reticulado”, algo bem mais alicerçado e que segundo os cientistas pode ser usada como base para explicar a simulação das leis da física e existência a qual supostamente estamos fadados.

Então, se na nossa realidade apenas a minuciosa observação de "bugs" pode nos levar até a verdade sobre a verdadeira realidade, na obra de Tonigawa Nagaru os "bugs" são camuflados como meros "Deja-vu", ou seja, a sensação de que algo já aconteceu antes, algo do nosso cotidiano que vivemos ignorando, e que teoricamente já foi explicado pela ciência, que define o acontecimento com uma simples confusão do "sistema de armazenamento de memória" do nosso cérebro, que supostamente "arquiva" uma informação nova na área destinada a informações de longo prazo, ou seja a sensação que muito já levantou teorias místicas é considerada pela ciência um mero erro cerebral (Quase que um erro de escritório né?). Mas em Haruhi Suzumiya, o Deja-vu era um aviso de que de fato os acontecimentos já haviam acontecido por mais de quinze mil vezes!

A conclusão do arco se dá sem quase nenhuma emoção, quando tudo parece igual, o protagonista tem uma descarga de pensamentos, e por epifania consegue ver o futuro: ele quer fazer os deveres de casa junto de todos, e quase que instantaneamente e sem nenhum tipo de consequência, o fluxo de 596 anos, e exatos 8 episódios repetidos, acaba diante de nossos olhos! Onde um novo dia amanhece para todos, após a madame Suzumiya completar seu anseio por mais alguns minutos de atenção.

Se a obra tem algum mérito pela bagunça que fez em usar oito episódios repetidos em quase todo o decorrer, para concluir um arco que no fim foi sem graça e cansativo, esse mérito se dá pela sensação de liberdade que foi assistir os oito episódios e enfim se ver livre do oito infinito... Como foi satisfatório sentir que existiria sim um novo dia, e que a semana que os protagonistas viveram por quase dezesseis mil vezes, e nós espectadores vimos por oito vezes, enfim havia acabado.

Ah, como é bom retornar a realidade não é? Bom, nem é tão bonito assim, afinal se os personagens demonstrassem alguma evolução como consequência do arco, essa seria a paranoia que certamente seria estabelecida na vida de cada um, afinal de contas, quem garante que novamente não estão presos em outro looping por outro motivo besta?

Conclusão:


Para concluir, nesse artigo tratamos dessa prisão insana, dentro de uma realidade tão fiel que pode ser chamada de segunda realidade, um período de tempo onde os reféns eternos de Haruhi Suzumiya puderam provar um pouco de sua injustificada fúria, que se por um lado os aborrece, por outro nem a faz perceber sua onipotência. Agora, também tratamos de falar um pouco da realidade, e a verdadeira possibilidade de estarmos presos em uma simulação, ou quem sabe um looping temporal, talvez o universo tenha sido criado a 1 minuto, criado exatamente como é agora, quem sabe suas memórias sejam falsas, e eu seja apenas um "bug" em toda essa simulação tentando avisar que há sim como escapar! Nunca saberemos, ou saberemos logo, não há como saber, o que é mais assustador desse tipo de prisão é que não sabemos quanto tempo estamos presos, nem ao menos sabemos se podemos confiar em nossas memórias.

Isso tudo é real? Ou apenas um desejo de Haruhi Suzumiya?


Meditando no Enredo - #10 Haruhi Suzumiya no Yuutsu: Reféns da Melancolia! Revisado por Kouichi Sakakibara em domingo, julho 31, 2016 Nota: 5

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